A República (do latim res publica, "coisa pública") é uma estrutura política de Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitude); uma comunidade de interesses e de fins (communio); e um consenso do direito (consensus iuris).
República é uma palavra que descreve uma forma de governo em que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos cidadãos ou pelos próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um tempo limitado.
Esta palavra deriva do latim res publica, expressão que pode ser traduzida como "assunto público".
República é um mulher...
Em uma República, o poder tem origem em um grupo de cidadãos, que delega esse poder a um elemento designado Chefe de Estado ou Presidente da República. A eleição de um Presidente da República é feita através do voto direto dos cidadãos ou por uma assembleia restrita. No âmbito de uma república, a função de presidente é exercida durante um período de tempo limitado, sendo que só podem exercer durante um número limitado de mandatos.
Uma das características mais importantes da República é a vertente eleitoral do presidente. No entanto, existem outros aspectos muito importantes, como a subordinação a leis fundamentais e à constituição (aprovada diretamente pelos cidadãos ou pelos seus representantes eleitos), que servem para regrar a vida política do determinado país.
A palavra república foi usada para classificar as cidades-estado da Grécia, o regime abordado pelo império Romano (república romana) ou o regime instituído por Oliver Cromwell no século XVII na Inglaterra. No entanto, a república na sua concepção moderna (que consiste na figura de um chefe de estado e na divisão de poderes) só surgiu depois do fortalecimento do liberalismo.
Proclamação da República
Ato forte, porém pacífico
A Proclamação da República Brasileira aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. Resultado de um movimento político-militar que deu inicio à República Federativa Presidencialista. Fica marcada a figura de Marechal Deodoro da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e como primeiro Presidente da República brasileira em um governo provisório (1889-1891).
Marechal Deodoro da Fonseca foi herói na guerra do Paraguai (1864-1870), comandando um dos Batalhões de Brigada Expedicionária. Sempre contrário ao movimento republicano e defensor da Monarquia por entender que os brasileiros não se encontravam preparados para ela.
Portanto, nossa República tem apenas 131 anos, uma criança, se comparada com outras nações. Talvez por isso ainda não esteja devidamente lapidada. Imaginando-se que nada houvesse mudado, ainda viveríamos numa monarquia, num regime imperial.
Primeira bandeira republicana
HINO DA PROCLAMAÇÃO
Poucos meses após a proclamação, o governo provisório de Deodoro da Fonseca lançou um concurso para escolher um novo hino para o Brasil. A disputa foi vencida pelos compositores José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (1867-1934), responsável por escrever a letra, e Leopoldo Miguez (1850-1902), criador da música.
Há que ache este hino tão ou mais significativo (mais bonito) do que o próprio Hino Nacional.
Veja a letra e reflita:
Seja um pálio de luz desdobrado
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos, embale
Quem, por ele, lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro
Brilha, ovante, da Pátria no altar!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou neste audaz pavilhão!
Mensageiro de paz, paz queremos
É de amor nossa força e poder
Mas, da guerra, nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Do Ipiranga, é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado
Sobre as púrpuras régias de pé
Eia, pois, brasileiros, avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante
Livre terra de livres irmãos!